Coach: muito mais que um treinador
É difícil determinar com exatidão a origem do Coaching.
Se fizermos uma pesquisa nos poucos livros que tratam do
tema, é possível verificar a inexistência de um consenso entre os autores sobre
onde, quando e de que modo surgiu o coaching enquanto metodologia de
desenvolvimento de pessoas e grupos. Desta forma, dúvidas e confusões a
respeito do real alcance e da utilidade do processo tornaram-se frequentes e
comuns. Isso não significa, no entanto, que o coaching tenha surgido do nada ou
de alguma ideia de uma única pessoa.
Algumas técnicas aplicadas no processo já existiam anos
antes.
Por exemplo, o método de Sócrates de ensinar, o qual consistia em fazer
perguntas no intuito de promover em seus discípulos a reflexão e ajudá-los, a
encontrarem respostas para suas dúvidas, casos e problemas, em vez de
simplesmente dar a solução.
Portanto, é indiscutível que como metodologia, o coaching
foi se desenvolvendo ao longo do tempo, recebendo a influência de diversas
áreas do conhecimento humano, entre as quais podemos destacar a PNL -
Programação Neurolinguística, a teoria da Inteligência Emocional de Daniel
Goleman, a Psicologia Comportamental, Cognitiva, a Terapia Gestalt, a
Psicologia Positiva, etc.
O lançamento do livro "The Inner Game of
Tennis" (O Jogo Interior do Tênis), em 1974, por Timothy Gallwey - técnico
de Tênis e educador de Harvard -, é considerado o marco fundamental para o
início do coaching, como conhecemos hoje. Criou um jeito novo e nada
convencional para a época de ensinar tênis. Posteriormente, suas ideias foram
aplicadas em outras áreas da vida além das quadras, tornando-se o livro mais
influente sobre desempenho e aprendizado até os tempos atuais.
Nesta obra, Timothy afirma que, em uma partida, o jogador
disputa dois jogos: o jogo exterior, contra um adversário, um oponente visível.
O outro, interior, desenrola-se dentro de sua mente, ou seja, os obstáculos
internos, como o medo, a falta de confiança ou de concentração, o nervosismo, a
frustração, a desconfiança, as crenças, etc. Essas interferências atrapalham o
desempenho e impedem uma pessoa de expressar todo o seu potencial e não
alcançarem os resultados esperados. Nas palavras de Gallwey, "o oponente
dentro da cabeça de alguém é mais extraordinário do que aquele do outro lado da
rede". O papel do coach, portanto, é ajudar uma pessoa a remover ou
reduzir os obstáculos internos criados por ela mesma e, assim, liberar todo seu
potencial.
Para eliminar estas interferências, é preciso, em
primeiro lugar, acalmar a mente, abrindo mão de todos os julgamentos. As
pessoas olham para si mesmo se julgando (criticando), e isso faz com que elas
prejudiquem seu potencial. Isso não significa ignorar o que está errado, mas
observar e descobrir como fazer do melhor jeito.
Depois, ter clareza de metas, ter em mente a imagem do
resultado almejado. E, a partir daí, definir um plano de ação para alcançar o
estado desejado. O coach e o coachee não julgam os resultados, acreditam e
deixam acontecer o aprendizado, por tentativa e acerto, até fluir naturalmente.
Por fim, o papel do coach é inspirar a autoconfiança nas pessoas, incutindo
nelas a crença de que têm mais potencial que acreditam ter. Gallwey, como
ensina John Withmore, "tinha tocado na essência do coaching: liberar o
potencial de uma pessoa para maximizar sua performance, ajudá-la a aprender em
vez de ensiná-la."
O aprendizado do coaching, resultado natural, é mais
eficaz, porque sempre está vinculada a uma ação. No coaching, aprender não é
somente adquirir informação, é expandir nossa capacidade de ação efetiva para
alcançar os resultados.
Hamilton T. Mitsumune
Master Coach (Certificação Internacional). Especialista
em Gestão de Pessoas com Coaching. Instrutor e Palestrante Comportamental.
Bacharel em Direito - PUC - SP. Professor da Macro4 Escola de Negócios.
Fonte: Coaching Academy